Qual o futuro da literatura brasileira?

Vai longe a época em que escritores tinham alguma presença na sociedade brasileira. Até a década de 1970, eles ocupavam — como cronistas, ensaístas, poetas, contistas e críticos literários — as páginas das revistas e jornais. Seus livros eram discutidos nos suplementos literários, em um efervescente debate cultural de que temos registro por coletâneas de textos do período. Muitos dos escritores participavam até das discussões políticas e sociais. Da década de 1970 para cá, aos poucos, tudo mudou. Eu discuto os motivos para isso no ensaio O Futuro da Literatura Brasileira, publicado no site da editora Danúbio.

Noite de Consumo

Nas últimas três semanas, Débora ansiava, como nunca antes em sua vida, por chegar em casa após o trabalho. Mal entrava no apartamento, o ritual era o mesmo: esquentar comida no micro-ondas e depois, à mesa, celular à frente sobre um suporte, sintonizar a live da noite, sempre no mesmo perfil de rede social. Em toda as lives, o mesmo homem, em frente ao mesmo cenário —  um fundo verde —, desatava a falar, sempre sobre um único tema: o consumo.